{"id":1165,"date":"2019-07-30T17:14:59","date_gmt":"2019-07-30T20:14:59","guid":{"rendered":"https:\/\/www.linecoaching.com.br\/blog\/?p=1165"},"modified":"2019-11-05T15:31:54","modified_gmt":"2019-11-05T18:31:54","slug":"pais-e-filhos-estranhos-no-ninho","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/www.lineinstituto.com.br\/blog\/pais-e-filhos-estranhos-no-ninho\/","title":{"rendered":"Pais e filhos: estranhos no ninho!"},"content":{"rendered":"Tempo de leitura:<\/span> 5<\/span> minutos<\/span><\/span>

Toca o despertador. S\u00e3o 6 horas da manh\u00e3. Os pais (ou apenas um deles) colocam \u00e1gua para ferver e passar o caf\u00e9. Come\u00e7am a se arrumar para ir ao trabalho e \u00e0s 6h30min come\u00e7am a chamar o filho para que se apronte para escola. Por volta das 7 horas, o tempo j\u00e1 est\u00e1 se esgotando e junto com ele, a paci\u00eancia: \u201c\u00e9 a \u00faltima vez que eu vou chamar!\u201d. No susto e na pressa, o filho levanta. Escova os dentes com olhos entreabertos, n\u00e3o toma caf\u00e9 da manh\u00e3, coloca o uniforme e sem trocar qualquer palavra com os pais, vai entrando no carro.<\/p>\n

Ainda em sil\u00eancio, seguem para a escola. Ao se aproximar do port\u00e3o da escola, o filho coloca a m\u00e3o no trinco da porta, a m\u00e3e se despede: \u201cboa aula, filho\u201d. Ele murmura: \u201ct\u00e1, tchau!\u201d.<\/p>\n

Ele segue andando, encontra um amigo no caminho, eles se cumprimentam e agora, pela primeira vez no dia, o filho sorri<\/strong>.<\/p>\n

Os pais se perguntam: o que aconteceu com ele? Ser\u00e1 que n\u00e3o estou o tratando como deveria? Ser\u00e1 que ele \u00e9 infeliz? Ser\u00e1 que eu o sufoco? Ser\u00e1 que ele me abandonaria, se pudesse? Ser\u00e1 que ele me esconde algo? Ser\u00e1 que \u00e9 s\u00f3 uma fase? Ser\u00e1 que ele tem discernimento o bastante para entender o que \u00e9 errado, inconveniente ou perigoso? Ser\u00e1 que seus amigos \u201cprestam\u201d? Ser\u00e1 que ele tem uma namoradinha? Ser\u00e1\u2026 ser\u00e1\u2026 ser\u00e1?<\/p>\n

A \u00fanica certeza \u00e9 que chegou o per\u00edodo da adolesc\u00eancia (ou \u201caborrec\u00eancia<\/a>\u201d, como alguns preferem). Os sintomas s\u00e3o claros<\/strong>: afastamento, rebeldia, impaci\u00eancia, mau humor, falsa percep\u00e7\u00e3o de que sabem tudo, intenso desejo por autonomia, busca de posicionamentos claros (muitas vezes contr\u00e1rios aos de seus pais), fecham-se em seus quartos e s\u00f3 saem quando preciso.<\/p>\n

E esses n\u00e3o s\u00e3o os \u00fanicos sintomas, at\u00e9 porque nem estamos falando das caracter\u00edsticas f\u00edsicas aqui, mas j\u00e1 s\u00e3o o bastante para causar frio na espinha de qualquer pai e m\u00e3e.<\/p>\n

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A rela\u00e7\u00e3o tende a n\u00e3o funcionar bem se houver muita hierarquia e pouca parceria.<\/figcaption><\/figure>\n

N\u00e3o \u00e9 dif\u00edcil compreender o porqu\u00ea \u00e9 t\u00e3o desafiador lidar com este adulto em forma\u00e7\u00e3o. At\u00e9 pouco tempo atr\u00e1s, era uma crian\u00e7a que costumava obedecer aos pais sem muito questionar e, ainda, acreditava em tudo que lhe era dito. Era mais carinhoso e costumava contar para sua m\u00e3e tudo que queria, pensava e fazia.<\/p>\n

Al\u00e9m disso, nesse per\u00edodo de transi\u00e7\u00e3o o adolescente muitas vezes sente que \u00e9 cobrado como um adulto e restringido, como uma crian\u00e7a. Inclusive, ele j\u00e1 n\u00e3o recebe mais o mesmo tratamento, aten\u00e7\u00e3o e carinho de sempre. E, por outro lado, tamb\u00e9m n\u00e3o experimenta a mesma considera\u00e7\u00e3o, reconhecimento e respeito de um adulto.<\/p>\n

Evidentemente que tudo isso pode variar em diferentes graus de intensidades, mas, de forma geral, isso \u00e9 pass\u00edvel de ocorrer em qualquer fam\u00edlia.<\/p>\n

\u00c9 exatamente nesse contexto em que pais e filhos aparentam ser estranhos no ninho<\/strong>. Chega um momento em que n\u00e3o mais se reconhecem como antes. Os filhos se sentem incompreendidos e se fecham, enquanto o modo com que os pais reage determinar\u00e1 \u201cas cenas dos pr\u00f3ximos cap\u00edtulos\u201d. \u00c9 uma trag\u00e9dia silenciosa dentro de casa<\/a>…<\/p>\n

O desejo de conviver e compartilhar sentimentos \u00e9 natural quando nos percebemos compreendidos e respeitados pelo outro. \u00c9 por isso que o filho n\u00e3o sorriu para voc\u00ea de manh\u00e3, mas sim para o amigo, ao entrar na escola. Ele n\u00e3o pode sentir que a rela\u00e7\u00e3o entre voc\u00eas \u00e9 puramente hier\u00e1rquica, mas sim que h\u00e1 parceria.<\/p>\n

Da\u00ed a import\u00e2ncia dos pais buscarem conhecer seus filhos<\/a>, pois, somente buscando essa proximidade, de forma constante, \u00e9 que o filho ter\u00e1 todos esses sentimentos amenizados e passar\u00e1 a ver voc\u00ea como um parceiro, que o compreende e apoia.<\/p>\n

Afinal, tente por um momento analisar pela perspectiva do adolescente. Ele est\u00e1 em uma fase de incertezas, passando por diversas mudan\u00e7as (f\u00edsicas, hormonais, emocionais, sociais), sentindo que as responsabilidades est\u00e3o ficando cada vez maiores e que, gradualmente, o mundo espera mais deles. Seus pais esperam mais dele!<\/p>\n

Grandes desafios come\u00e7am a aparecer em sua vida<\/strong>: relacionamentos afetivos, f\u00e1cil acesso \u00e0quilo que seus pais tentavam lhe privar, a escolha de uma profiss\u00e3o, a d\u00favida na hora de prestar um vestibular<\/a>. Com isso, vem o medo. Medo de fazer uma escolha errada, medo de decepcionar os pais, de se arrepender, de n\u00e3o conseguir realizar o que gostaria, de n\u00e3o ser aceito. Na sequ\u00eancia, vem a inseguran\u00e7a. E o adolescente n\u00e3o costuma, por padr\u00e3o, compartilhar a confus\u00e3o dos seus sentimentos com seus pais, o que torna tudo mais dif\u00edcil.<\/p>\n

A verdade \u00e9 que o filho adolescente tende a precisar do apoio e compreens\u00e3o assim como ocorria na inf\u00e2ncia. A diferen\u00e7a \u00e9 que agora \u00e9 mais desafiador para os pais acessarem o que realmente aflige os filhos, por\u00e9m \u00e9 latente a necessidade deles de ter voc\u00ea por perto, prestando seu apoio e incentivo nesse per\u00edodo t\u00e3o controverso.<\/p>\n

Para os pais, por outro lado, muitas vezes a tend\u00eancia \u00e9, simplesmente, deixar\u2026 Esperar que a fase passe e torcer para que tudo acabe bem. Sentem que \u00e9 mais f\u00e1cil dar-lhes a liberdade de fazer o que querem e que est\u00e3o o ajudando dessa forma, quando na verdade o que eles querem \u00e9 contar com a seguran\u00e7a de sentir que voc\u00ea ainda est\u00e1 ali com ele.<\/p>\n

Pense por um segundo: \u00e9 f\u00e1cil n\u00e3o estimular o di\u00e1logo, n\u00e3o compreender seus anseios, n\u00e3o se esfor\u00e7ar para entender seus gostos, n\u00e3o criar intimidade, n\u00e3o acompanhar seu desempenho na escola. Dif\u00edcil \u00e9 quando voc\u00ea se d\u00e1 conta de que h\u00e1 um estranho dentro de casa. Um adulto em forma\u00e7\u00e3o, que n\u00e3o se sente pertencente \u00e0 fam\u00edlia<\/strong>. Isso, sim, \u00e9 muito dif\u00edcil.<\/p>\n

\"\"<\/a>
\u00c9 realmente desafiador compreender os sentimentos e comportamentos de um adolescente.<\/figcaption><\/figure>\n

E o meu desejo n\u00e3o \u00e9 trazer para voc\u00ea mais preocupa\u00e7\u00e3o, mas preciso salientar que \u00e9 nesse per\u00edodo em que diversas experi\u00eancias e influ\u00eancias revelam-se como determinantes na vida do jovem. Um bom professor, por exemplo, pode influenciar a carreira do seu aluno que, por compreender bem os conte\u00fados explicados, decide seguir carreira em alguma \u00e1rea correlata. Imagine, ent\u00e3o, o tamanho da influ\u00eancia gerada pelos pais…<\/p>\n

O que eu quero, na verdade, \u00e9 apenas falar para voc\u00ea, pai ou m\u00e3e, que tudo isso que seu filho adolescente est\u00e1 passando nada mais \u00e9 do que uma caracter\u00edstica biol\u00f3gica. N\u00e3o \u00e9 um problema, por si s\u00f3, mas pode se tornar.<\/p>\n

\u00c9 perfeitamente normal que note aqueles sintomas que mencionei acima. Por\u00e9m o seu foco deve ser: o que eu posso fazer para auxili\u00e1-lo com tudo isso?<\/strong><\/p>\n

A minha ideia \u00e9 que voc\u00ea realmente busque como voc\u00ea pode ser menos permissivo e mais participativo, diariamente, em sua rela\u00e7\u00e3o com ele. E, refletindo sobre tudo que voc\u00ea leu at\u00e9 aqui, firmar consigo mesmo o compromisso de mudar de postura, assumindo um comportamento mais ativo, compreensivo e, ao mesmo tempo, firme!<\/p>\n

Fa\u00e7a o teste, voc\u00ea s\u00f3 tem a ganhar!<\/p>\n

Jo\u00e3o Lucas Cortez.<\/strong><\/p>\n

Descubra como compreender melhor seu filho e seus comportamentos!<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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