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Parte 8 – O desastre na inauguração da Disneyland

Assista aqui a 8ª parte do documentário.  

Leia AQUI a 7ª parte desse artigo.

“Para todos aqueles que vêm para este local feliz: Bem-vindos. A Disneyland é sua terra. Aqui, a idade revive as memórias do passado e a juventude pode saborear o desafio e a promessa do futuro. A Disneyland é dedicada aos ideais, sonhos e à dura realidade que criaram a América, com a esperança de que ela seria uma fonte de alegria e inspiração para todo o mundo.” — Walter E. Disney, 17 de julho de 1955

O desastre do dia da inauguração

Alguns dias antes da inauguração da Disneyland, Walt e Lillian comemoraram seu 35º aniversário de casamento no parque temático que custou US$ 17 milhões. Foi uma noite feliz para toda a família.

No domingo, 17 de julho de 1955, aconteceu a inauguração da Disneyland para jornalistas e convidados, sendo transmitida diretamente do parque, em um programa de televisão ao vivo, com 90 minutos de duração, sendo o evento de TV com maior audiência registrada até aquele dia.

Cerca de 20 câmeras postadas ao redor do parque transmitiram uma visão de atrações emocionantes, declarações sinceras e comentários descontraídos de apresentadores, como Ronald Reagan, ator em destaque na época e anos mais tarde eleito presidente dos Estados Unidos.

Apesar de apenas 11 mil ingressos terem sido distribuídos aos convidados, mais de 30 mil pessoas compareceram no parque, conseguindo entrar com ingressos falsos.

Além da superlotação inesperada, vários outros fatores contribuíram para o desastre do dia da inauguração, que ficou mais tarde conhecido entre os executivos da Disney como “Black Sunday” (Domingo Negro).

Para começar, a Disney teve que escolher entre ter os bebedouros ou os banheiros do parque funcionando. Obviamente escolheram os banheiros e assim nenhum bebedouro tinha água. Isso no auge do verão, num calor de 38 graus, acima do normal na região.

Além desse problema, o asfalto que tinha sido colocado naquela manhã, ainda não estava seco o suficiente, e desta forma, os saltos das mulheres afundavam no asfalto (lembrem-se que estamos falando da década de 50, ou seja, a grande maioria das mulheres andavam com sapatos que tinham um pequeno salto).

Após o desastre da inauguração, a Disney convidou algumas pessoas a voltarem ao parque em outro dia e aproveitarem a Disneyland da maneira apropriada, com todos esses problemas já resolvidos.

No dia 18 de Julho, quando o parque abriu para o público em geral, as filas para entrar começaram por volta das 2h da manhã, e aproximadamente 50 mil pessoas visitaram o parque. E o resto é história.

O desejo em divertir as famílias de Walt Disney começou com os seus filhos. Segundo relatos, apenas aos 6 anos, Diane, descobriu que seu pai era o dono da Disney e lhe pediu um autógrafo. Walt Disney sempre quis proteger a família, principalmente, os filhos das complicações da fama.

Anos mais tarde, em 1964, Walt mais uma vez concentrou a maior parte de suas atenções em uma mega criação para o cinema – “Mary Poppins”.

Nenhum elemento escapou de seu escrutínio. O resultado, claro, foi inesquecível.

Walt e Roy tentaram por anos obter direitos sobre o livro, da autora Pamela Lyndon Travers, e finalmente foram bem-sucedidos (embora a relação entre Walt e a autora tenha sido um tanto complicada durante a produção do filme).

Walt trouxe dois dos melhores compositores do ramo, Richard e Robert Sherman, que compartilharam sua visão da história. “Mary Poppins” estreou em 27 de agosto de 1964, com aclamação crítica quase mundial. Recebeu 13 indicações ao Oscar.

O Projeto Flórida

A Disneylândia foi um sucesso desde o começo.

Com isso, vários hotéis e restaurantes começaram a surgir ao redor do parque, fazendo com que não houvesse mais espaço para ampliação. Então, no início da década de 60, Walt Disney começou a procurar um local que tivesse espaço suficiente que coubessem todos os seus sonhos.

A região central da Flórida surge como opção, e era o local ideal por vários motivos. A Flórida já era um destino turístico por ter um bom clima, que permitia que turistas visitassem a região durante o ano todo.

A região de Orlando fica na beira da Interstate 4, uma estrada que cruza os Estados Unidos de leste a oeste, além de outras boas estradas que passam pela cidade, o que facilitaria muito o acesso.

As terras na região eram abundantes e baratas, pois a grande maioria estava ocupada com plantações de laranjas ou era simplesmente um terreno pantanoso.

Disney começou então a comprar terras na Flórida, usando empresas fictícias. Se o mercado soubesse que era ele quem estava comprando, os preços das terras aumentariam muito.

Para se ter uma idéia, Walt Disney comprou seus primeiros 4 mil metros quadrados (equivalente a 1 acre) por 80 dólares. Os últimos 4 mil metros quadrados foram comprados por 80 mil dólares, depois que a identidade do comprador já tinha sido revelada.

Hoje é possível ver alguns nomes de pessoas e empresas fictícias usadas na compra das terras nas janelas dos prédios da Main Street, no Magic Kingdom, como uma lembrança daquele tempo.

Janela com o nome da empresa fictícia M.T. Lots

Mais ou menos 110 quilômetros quadrados de terra foram comprados – uma área equivalente a cidade de São Francisco ou o dobro do tamanho da ilha de Manhattan.

O Projeto Flórida seria anunciado em novembro de 1965, mas a notícia acabou vazando algumas semanas antes, no final de outubro daquele ano.

“Aqui tem espaço suficiente para caber todas as ideias que nós pudermos imaginar” – Walt Disney disse, quando anunciou a área onde seria construída a Walt Disney World.

Walt Disney queria construir um local que seria considerado uma comunidade do futuro, com muita inovação e novas tecnologias. A primeira etapa do “Florida Project” seria a construção de um parque temático (Magic Kingdom) ao norte do terreno, para trazer turistas para a Flórida.

Depois, uma “comunidade do futuro” seria construída, com transporte passando por baixo da terra e em monotrilhos aéreos, entre várias outras novidades em termos de tecnologia. Essa “cidade” se chamaria Protótipo Experimental da Comunidade do Futuro, formando então um acrônimo: EPCOT (em inglês: Experimental Prototype Community Of Tomorrow).

Walt Disney examina o desenho artístico do futurístico monotrilho que irá operar na Disneylandia.

Era o momento mais mágico e incrível da vida de Walt Disney. Ele vivia uma das fases mais criativas de sua vida e agora tinha dinheiro o suficiente para tornar suas ideias realidade.

Mas, novamente, a jornada de Walt Disney se encaminhava para um tempo difícil.

Leia AQUI, a 9ª parte desse artigo.

Assista o documentário completo.

 

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